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terça-feira, 24 de março de 2009

O passado é prólogo, certos acontecimentos dão forças a essa frase transformam tudo que veio antes em preliminar em mero antecedente ou para usar outro termo literário em prefacio você se da conta de que tudo que houve até ai, toda uma vida, minha história foi simplesmente preparação para aquele certo momento depois do qual nada será como era, e o passado ganha uma lógica que não tinha, você passa entender tudo em retrospecto tudo tinha um sentido que você apenas não perceberam na falta do momento máximo, ah vitória dó grêmio em Tóquio, os anos medíocres, o quase rebaixamento, as finais desperdiçadas, os vexames, as desilusões, tudo era prólogo para ontem, agora fico claro, agora fico lógico, o próprio destaque como melhores do mundo conquistado pelo Barcelona e pelo Ronaldinho fazia parte da preparação para o nosso 17 de dezembro que não teria o mesmo gosto épico se o adversário fosse outro, tudo era armação para aumentar o brilho e o drama do nosso momento máximo, tudo se encaixava ou você pensa que a saída do Pato e do Fernandão foi obra do acaso esse autor sem imaginação, o resultado veio construído ao poucos desde de antes da fundação do internacional antes de Pedro Álvares Cabral, antes de Omero e das pirâmides e eu sabia que havia uma justificativa histórica para o topete do Gabiru...A dias á leitora Poliana Lopez me lembrou de um texto que eu tinha escrito, e esqueci. Ela teve a gentileza te me mandar o texto e eu peço licença para repeti-lo agora era assim:

Meu caro colorado, desculpe essa carta a céu aberto é porque não sei seu nome nem seu endereço, na verdade só vi você na rua de mãos dadas com seu pai e cercado pelos seus irmãos que vestiam a camiseta do Grêmio, suponho que fossem seu pai e seus irmãos você estava com a camiseta do Internacional quase parei o carro para olhar melhor mas não era miragem você tinha uns 4 ou 5 anos, e estava de camiseta vermelha, seu vestia uma camisa branca exemplarmente neutra mas posso imaginar como tem sido a sua vida em casa as provocações, os petelecos, a flauta, o martírio, e lá estava hoje de camiseta vermelha o antigo escudo orgulhosamente no peito desafiando todas as provações, não sei se você sabe que vários colorados da sua geração não agüentaram e trocaram de time, levaram pais e avós aos desespero mas não suportaram a pressão do sucesso gremista, você agüentou *-*, você não sabe mas é um herói e fiquei pensando que quando for nossa vez de novo teremos certamente a torcida mais dedicada, fiel, convicta e feliz do Brasil porque será a torcida dos que resistiram, agüente só mais um pouco, meus respeitos, mas isso tudo também pode ser um sonho, se for por favor não me acordem!


Crônica Luiz Fernando Veríssimo


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